Wednesday, September 14, 2005

" Big brother"


Pelo que li no Diário de noticias os pedidos de videovigilância duplicaram em Portugal. Têm aparecido principalmente por parte de particulares, desde bancos, supermercados, entre outros.

Manuel Maria Carrilho prometeu a videovigilância para bairros inteiros como o Bairro Alto ou o Intendente. Estão a imaginar bairros inteiros sobre o olhar do "Big brother" 24 horas por dia? Eu não. Será que queremos um monte de câmaras a vigiar-nos constantemente?

O que virá a seguir? Uma cidade inteira vigiada? Então e depois será em nossas casas? Também sucedem crimes em casa.

E o que fariam as autoridades com toda essa informação? Não quero transformar isto numa teoria da conspiração, mas dá que pensar.

O candidato pelo PS à câmara de Lisboa vem com o argumento de condicionar a criminalidade, mas esta desceu em Portugal. O que acontece é que os meios de comunicação com o seu sensacionalismo dão prioridade a este tipo de noticias, criando nos individuos um medo exacerbado que não corresponde à realidade.

Além disso a criminalidade é um problema sócio-económico e certamente não é com câmaras que o vamos resolver.

Sobre esta matéria aconselho um livro de George Orwell, o 1984, em que dá uma visão do totalitarismo em que uma das bases do regime seria o constante policiamento do individuo através de câmaras. Deixo aqui uma frase do livro que espelha bem o conteúdo "A invenção da imprensa, no entanto, tornou mais fácil manipular a opinião pública, e o cinema e a rádio levaram ainda mais longe o processo. Com o desenvolvimento da televisão e os avanços técnicos que tornaram possivel emissão e recepção simultâneas através do mesmo aparelho, a vida privada acabou. Cada cidadão, ou pelo menos cada cidadão suficientemente importante para valer a pena vigiá-lo, pode ser mantido vinte e quatro horas debaixo dos olhos da policia e sob a influência da propaganda oficial, com todos os outros canais de comunicação cortados. A possibilidade de impor a todos os súbtidos não só obidiência absoluta à vontade do Estado, mas também uma absoluta uniformidade de opinião existe pela primeira vez."

No comments: